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Fundação Péter Murányi premia pesquisadora da ONG Casa da Árvore


A pesquisadora e presidente da ONG Casa da Árvore, Leila Dias, recebeu na última quarta (26) o Prêmio Péter Murányi 2017 - Educação em cerimônia realizada em São Paulo. Nascida em Poços de Caldas, Leila foi reconhecida pelas contribuições deixadas para a área de incentivo à leitura na era digital. Seu trabalho investigou os impactos do projeto “E se eu fosse o autor?” e do uso criativo das novas tecnologias para formação de jovens leitores. Na mesma ocasião, receberam menção honrosa dois outros projetos, FEBRACE: despertando e inspirando futuros líderes em CT&I, realizado pela Escola Politécnica da USB, e o projeto águas do Cerrado: o futuro em nossas mãos, do IPOEMA Instituto de Permacultura.


A pesquisa premiada ganhou corpo na forma de dissertação de mestrado em Educação, Cidadania e Comunicação, na Universidade do Minho em Portugal. Após investigar os hábitos de leitura das crianças e adolescentes e suas transformações ao longo da participação no projeto da ONG Casa da Árvore, Leila Dias destacou que o impacto da cultura digital vai muito além da possibilidade de ler livros em celulares e computadores. O estudo aponta que a internet, as linguagens midiáticas e os processos de produção colaborativa de conhecimento podem potencializar as relações de influência de leitura jovens.


Um dos principais resultados obtidos no projeto “E se eu fosse o autor?” foi o aumento do índice de leitura literária espontânea entre os participantes. A pesquisa realizada entre 2013 e 2014 constatou que, antes das experiências com os laboratórios criativos de leitura e cultura digital, 31% das crianças não recordavam de nenhum livro lido nos últimos três meses; 57% lembraram de um ou dois títulos; e 12% citaram quatro ou cinco obras. Para o mesmo grupo, após o três meses de atividades, todos os participantes lembraram pelo menos de dois títulos lidos; 37,5% leram três ou quatro obras e 50% leram entre cinco e sete livros.


A pesquisadora destaca ainda que o maior impacto em associar o incentivo à leitura a processos de letramento digital, está nas transformações sutis destas crianças, que passam a compreender os processos de produção de difusão de informação na era digital e com isso constroem uma leitura crítica e sensível do mundo. “Quando essa meninada percebe que ao editar uma foto ou publicá-la em uma comunidade virtual específica você está construindo uma narrativa, eles compreendem também que toda a carga ideológica que uma manchete ou mesmo um meme da sua time line pode trazer. Isso coloca como urgente a necessidade de refletirmos sobre a cultura de letramento que estamos construindo em nossas escolas”, completou Leila Dias.


Impactos em Poços de Caldas


O dados e reflexões surgidos a partir do “E se eu fosse o autor?” acabaram tornando-se o embrião para o projeto que a ONG realiza atualmente em Poços de Caldas. O BiblioArte LAB é um laboratório comunitário de inovação em práticas de leitura e formação de leitores, implementado desde o início de 2016, através do Programa Ibero-americano de Bibliotecas (Iberbibliotecas). A iniciativa tem o objetivo de ressignificar a biblioteca através do protagonismo de jovens leitores, que são estimulados a ampliarem suas experiências de leitura e ampliarem suas habilidades para promover e empreender projetos experimentais de fomento à leitura.


O BiblioArte LAB funciona em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, conta com o apoio do Instituto Alcoa e já atendeu cerca de 200 jovens de comunidades poços caldenses. Desde março deste ano vem ampliando suas ações para outras bibliotecas municipais e escolares.

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