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Revista literária desenvolvida em biblioteca mineira recebe certificação internacional de Tecnologia


A Revista Página 9 ¾ é uma das 123 iniciativas da América Latina e Caribe certificadas pelo Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. As novas tecnologias passaram a fazer parte do Banco de Tecnologias Sociais (BTS) e servem como alternativas para o desenvolvimento sustentável de outras comunidades. Confira a lista completa aqui. A Página 9 ¾ foi criada por leitores da Biblioteca Municipal Centenário, em Poços de Caldas, cidade na região sul de Minas Gerais, a partir do programa BiblioArte LAB de Inovação em Bibliotecas, desenvolvido pela ONG Casa da Árvore. Desde 2016 possibilita que jovens das comunidades desenvolvam habilidades e competências cognitivas para o século XXI, ampliando suas possibilidades de aprendizagem cidadã e de experiências vocacionais em áreas da economia criativa.

Assim como a revista literária digital, todas as metodologias foram reconhecidas como soluções capazes de causar impacto positivo e efetivo na vida das pessoas, já foram implementadas em âmbito local, regional ou nacional e são passíveis de serem reaplicadas. A próxima fase da premiação será a divulgação da lista com as 24 finalistas, prevista para a segunda quinzena deste mês. Esta seleção leva em conta critérios de:efetividade, inovação, sistematização da tecnologia e a interação com a comunidade, que também analisao potencial de transformação social e a reaplicabilidade das iniciativas. As vencedoras serão anunciadas no evento de premiação, previsto para acontecer em outubro.

Nesta edição o Prêmio Fundação BB de Tecnologia Social tem a parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto C&A, Ativos S/A e BB Tecnologia e Serviços, além da cooperação da Unesco no Brasil e apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Ministério da Cidadania, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Sobre a Página 9 ¾: inovação social de base comunitária para o século XXI A Revista Página 9 ¾ reúne um conjunto de ações estratégicas que permitem às comunidades o acesso gratuito de práticas educativas orientadas para a Alfabetização Midiática Informacional (AMI_Unesco). Desta forma vem ampliando as competências de leitura crítica e sensível das novas linguagens (vídeos, gifs, hipertextos, motions, mapas digitais, realidade aumentada, linguagens computacionais, etc) e processos informacionais digitais (comunidades virtuais, serviços online, produção colaborativa, etc) entre jovens e adolescentes. “Funcionamos como um empreendimento comunitário, criativo e de impacto social, proporcionando aos jovens e adolescentes uma experiência vocacional com profissões da cadeia da economia criativa e a interação com ecossistemas locais de inovação e novos negócios”, destacou Aluísio Cavalcante, designer de inovação responsável pela iniciativa. Nestes 4 anos a Revista Página 9 ¾ acumula mais de 900 jovens atendidos pelas ações alfabetização midiática informacional, complementando os esforços de políticas públicas de educação. Mais de 80% dos atendidos são estudantes de escolas públicas e destes, 70% são meninas moradoras de comunidades da periferia da cidade. A educadora e editora da revista, Gabriela Maiochi, ressalta que “ao experimentarem processos de criação a partir de linguagens e ferramentas de produção cultural digital, estes jovens leitores compreendem como se dão os processos informacionais na internet, a intencionalidade dos algoritmos por trás de cada rede social, ou mesmo como uma imagem ou discurso pode ser manipulado e editado para contar várias versões da mesma história”. As experiências tecnológicas também ampliam a capacidade destes jovens de acessarem direitos básicos, estruturados na forma de serviços públicos oferecidos em ambientes online. Entre os mais de 60 jovens que já participaram da produção da revista digital literária, a experiência de empreender um veículo de comunicação especializado em literatura, ampliou as possibilidades de carreiras e profissões cogitadas em seus projetos de vida. Mais de 75% dos participantes desta linha de atuação iniciam seu itinerário no projeto sem reconhecer nenhumas das áreas profissionais da economia criativa que experimentam ao longo do projeto. Ao final de um ciclo anual, cerca de 60% dos participantes demonstram interesse em formação profissional em áreas criativas como o mercado editorial, de artes digitais, de produção cultural, de desenvolvimento tecnológico, entre outros do segmento da economia criativa. Destes 30% ingressam em universidades deste segmento ou são inseridos no mercado de trabalho seja contratados por empresas locais ou se formalizando como Micro-empreendedor individual em áreas correlatas. A produção cultural desenvolvida por este grupo agrega hoje uma comunidade regular de 4500 leitores frequentes dos conteúdos publicados diariamente na Revista Página 9 ¾, gerando cerca de 12.000 impressões (visualizações nas redes sociais) por mês. Destacamos ainda o impacto desta tecnologia social no aumento do fluxo de adolescentes e jovens na biblioteca pública onde está sediado, no aumento de 45% da frequência de leitura literária espontânea entre os participantes.

Experiência no desenvolvimento e reaplicação de Tecnologias Sociais

A ONG Casa da Árvore é responsável por outras três metodologias certificadas como Tecnologia Social e disponíveis no Banco de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil. Em 2009, com o projeto Telinha de Cinema, foi a vencedora nacional inovando em processos de educação popular a partir do audiovisual e das novas mídias móveis. Em anos posteriores a FBB também reconheceu os projetos Escola Criativa Digital (antigo Telinha na Escola) e “ E se eu fosse o autor?” como soluções criativas para os desafios de educar com qualidade no século XXI. Entre 2017 e 2018 a ONG Casa da Árvore foi uma das organizações brasileiras responsáveis pela reaplicação local de metodologias desenvolvidas por outras organizações, através do Programa Moradia Urbana com Tecnologia Social (MUTS), integrado ao Programa Nacional de Habitação Urbana, do Ministério das Cidades.

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