Nos últimos dias 7, 8 e 9 de novembro, o Memorial da América Latina, em São Paulo, recebeu centenas de bibliotecários, gestores públicos e pesquisadores de todas as regiões do Brasil - além de convidados da Argentina, Guatemala e França. Todos para o 9° Seminário Internacional Biblioteca Viva, promovido pelo Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (Siseb), que este ano assumiu o desafio de inspirar, fortalecer e transformar as bibliotecas em centros de referência cultural.
A experiência do projeto BiblioArte LAB, realizado em Poços de Caldas (MG), pela ONG Casa da Árvore, foi um dos painéis de destaque do segundo dia do evento. Para o diretor executivo da SP Leitura, Pierre André Ruprecht, a iniciativa mineira aponta caminhos inovadores para a ressignificação das bibliotecas públicas, sobretudo por estar construída a partir do protagonismo juvenil: “Estamos falando muito hoje aqui de projetos feito por jovens das comunidades dentro das bibliotecas, e a iniciativa que vocês apresentaram aqui é maravilhosa. Queremos continuar trocando experiências com vocês, aprendendo com vocês e ensinando o que estamos construindo por aqui, para fazer com que as bibliotecas cumpram seu papel de disseminar leitura e conhecimento, além de, principalmente, serem um espaço de liberdade”, destacou Ruprecht.
O painel sobre o BiblioArte LAB foi apresentado pelo coordenador de inovação da ONG Casa da Árvore, Aluísio Cavalcante, que trouxe os primeiros resultados do projeto, realizado com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Poços de Caldas. “É muito gratificante aproveitar esse espaço tão significativo do seminário para mostrar uma verdadeira revolução cultural que nossos jovens têm construído a partir da Biblioteca Municipal Centenário. Fiquei muito feliz com esta oportunidade de compartilhar o que estamos aprendendo nesta jornada e também de solidarizar com inúmeros desafios de se promover transformações sociais a partir da promoção de uma cultura leitora”, refletiu o coordenador.
Durante o painel sobre o BiblioArte LAB, foram apresentadas as estratégias de implementação do projeto, como o fomento à articulação de redes de jovens influenciadores de leitura e o desenvolvimento de talentos para as artes e a tecnologia, além do estímulo a novos negócios e empreendimentos criativos. Foi apresentado também o plano de trabalho para o ano de 2017, realizado com o apoio do Programa Ibero americano de Bibliotecas / Iberbiblioteca (Cerlalc Unesco). Entre as ações destaque, está o desenvolvimento de um aplicativo de serviços para a biblioteca, que será concebido em uma parceria com desenvolvedores locais e usuários. “Nosso desejo é que essa nova ferramenta, que será desenvolvida na Biblioteca Municipal Centenário, esteja disponível para reaplicação e uso por outras bibliotecas até o meio do próximo ano”, adiantou Cavalcante.
Ainda em 2017, o BiblioArte LAB deve ampliar o número de vagas e atender a mais de mil jovens estudantes de escolas públicas. Além das atividades e projetos experimentais já em curso, como a Revista Página 9 ¾, o Leia-Me e o Me Diz um Livro (leia mais), a coordenação do projeto anunciou que a partir de janeiro será implementada uma série de laboratórios criativos de leitura e cultura digital, dando acesso gratuito a oficinas como Robótica Poética, O Viral da História, Cidade Literária, entre outras.
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